Últimas semanas para conferir peça Misery, inspirada em obra de Stephen King
- Lia Garcia
- 18 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Atualizado: há 4 dias
Montagem é a primeira adaptação direta do texto de William Goldman

A adaptação teatral dirigida pelo consagrado Eric Lenate para o romance “Misery – Louca Obsessão”, de Stephen King está em cartaz no TUCA até 30 de julho.
No cinema, uma versão de 1990 tornou-se uma das adaptações mais conhecidas a partir da obra de King e consagrou-se como sua terceira maior bilheteria, atrás apenas de The Green Mile e 1408. Kathy Bates ganhou o Globo de Ouro e o Oscar de Melhor Atriz por sua performance. O filme teve direção de Rob Reiner e James Caan interpretou Paul Sheldon.
A peça conta a história de Paul Sheldon (Marcello Airoldi), um famoso escritor reconhecido pela série de best-sellers protagonizados pela personagem Misery Chastain. Após sofrer um grave acidente de carro, Paul é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes (Mel Lisboa). A simpática senhorita é também uma leitora voraz de sua obra e se autointitula principal fã do autor.
Mas por trás dessa simpática esconde-se uma mulher dura, solitária e amargurada, presa a valores extremamente rígidos. A sensibilidade de Mel Lisboa entrega uma personagem cujas nunces - que vão da euforia e as mudanças repentinas de humor deste pape, apresentan-se ora algumas engraçadas, ora aterrorizantes, em uma atuação que te prende ao longo das duas horas da peça.
Da mesma maneira, Marcello Airoldi entrega um Paul Sheldon repleto de cinismo, perspicácia e humor. O personagem é sedutor e, por vezes, alterna com Mel Lisboa o papel de algoz e vítima.A qualidade da caracterização de do ator como o escritor acidentado com as pernas imobilizadas por talas, também merecem destaque, em especial na cena em que as pernas do personagem é quebrada a marretada.
Alexandre Galindo, que dá vida ao aparentemente desligado xerife Buster, talvez tenha sido o mais desafiado. Sua brilhante atuação carrega um sotaque, timbre de voz, velocidade, movimentação do corpo e olhar que, embora sirva de alívio cômico em algums momentos, é também responsável por muitas das tensões presentes na história. Em diversos aspectos Galindo mostrou sua capacidade de entregar muito em um personagem que normalmente não tem tanto nas adaptações de Misery.
E claro, não podemos deixar de ressaltar qualidade do cenário. O palco circular e giratório permite que as duas faces sejam mudadas entre o quarto, a cozinha, e o exterior da casa de uma maneira diferente e inovadora. Cabe aqui elogiar os contrarregras que muito bem souberam entrar em cena para transferir o cenário ou demonstrar a passagem do tempo. A transição entre quatro ambientes é feita de modo que contribui para narrativa.
Sinopse
Após sofrer um grave acidente de carro, o famoso escritor Paul Sheldon, conhecido pela série de best-seller sobre a personagem Misery Chastain, é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes. Autointitulada a principal fã do autor, Annie se revolta com o desfecho trágico da personagem Misery descoberto em um manuscrito de Sheldon e o submete a uma série de torturas e ameaças.
Até 30 de julho
Sextas, às 20h30. Sábados, às 20h. Domingos, às 17h
Teatro TUCA
Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes
Ingressos: R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia entrada)*
*20% da capacidade a preço popular: R$ 60,00 inteira e R$ 30,00 meia-entrada.
Misery
A partir do romance de Stephen King
Nota SP Boas Dicas | ![]() |
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Duração: 120 min. | Adaptação: Claudia Souto e Wendell Bendelack |
Suspense | Direção: Eric Lenate |
Até 30/07/2023 | Elenco: Mel Lisboa, Marcello Airoldi e Alexandre Galindo |
Imagens: Leekyung Kim
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