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  • Foto do escritorRedação

Peça Burnout estreia no Centro Cultural São Paulo

Espetáculo traz para a cena a precariedade e o acúmulo de funções que levam ao esgotamento mental e físico na contemporaneidade.

Imagem: Marcelle Cerutti

Em cartaz no Centro Cultural São Paulo (CCSP), Burnout é uma peça que narra o encontro de quatro mulheres. Uma mãe, uma atriz, uma cantora e uma professora. Esse encontro, que seria um show, vira o ensaio de um show e uma peça dentro da peça. Elas convidam o público a imaginar a história. O começo é uma explosão (ou uma implosão?).


E quando tudo vai pelos ares, narrativas se emaranham tentando dar conta de tudo, sem conseguir dar conta de nada. Uma sucessão de fracassos. Elas atravessam os inúmeros acontecimentos e, nessa jornada, compreendem que as máquinas, às vezes, podem ser seus próprios corpos.


Amplamente discutido nos últimos anos, sobretudo durante a pandemia de Covid-19, a síndrome do esgotamento profissional - ou Burnout - foi reconhecida como enfermidade oficial pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apenas em 2022. No Brasil, a doença acomete principalmente funcionários da saúde e da educação, com maior incidência em mulheres e mães.


A ideia do projeto parte da experiência de Lis Ricci, ex-professora de artes da rede municipal de ensino, com o diagnóstico de Burnout. A partir desta premissa, a pergunta que apareceu no processo criativo foi: qual o caminho para se chegar até tal esgotamento? Que escolhas ou falta de opção nos coloca nesse caminho sem volta rumo à precarização do trabalho e a exploração máxima dos corpos no sistema capitalista? “Fui colhendo histórias reais das atrizes, que tinham a ver com esse acúmulo de coisas que a gente faz. No caso do artista, por exemplo, que dá aula, canta, estuda, pega muitos projetos simultâneos, e assume um acúmulo de funções para dar conta de pagar os boletos da vida adulta.”, conta Erica Montanheiro.


Apesar da seriedade do assunto, o espetáculo tem momentos de humor. "Entendemos que a precariedade das condições de alguns trabalhos, unidos às relações abusivas e ao acúmulo de funções são os disparadores desse esgotamento. Porém, tudo isso sendo naturalizado nos pareceu tão absurdo que foi impossível não encontrar um humor ácido, quase em tom de deboche, a fim de olhar para esse painel criticamente.", finaliza Montanheiro.


O espetáculo foi idealizado por Lis Ricci, que assina a dramaturgia ao lado de Angela Ribeiro. As duas estão também em cena, junto com as atrizes Palomaris e Priscila Ortelã. Já a direção e o dramaturgismo são de Erica Montanheiro. O processo contou ainda com Ana Elisa Mattos como diretora assistente, Joyce Roma como diretora de arte, Lua Oliveira na direção musical e Gabriele Souza no design de luz.


Burnout, do Coletivo Amapola

De 7 a 17 de setembro, às quintas e sextas, às 19h, e aos sábados e domingos, às 17h

Centro Cultural São Paulo – Sala Ademar Guerra

Rua Vergueiro, 1000, Liberdade

Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia-entrada)

Duração: 90 minutos


Espetáculo contemplado pelo PROAC 01/2022 - TEATRO/PRODUÇÃO DE ESPETÁCULOS INÉDITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

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