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  • Foto do escritorRedação

O que esperar da 35ª Bienal de Arte de São Paulo?

80% dos artistas participantes da 35ª Bienal de São Paulo não são brancos

Exaltação da ancestralidade, protagonismo dos povos originários, com a valorização de diversos tipos de arte, inclusive de artistas desconhecidos. Estes são alguns dos tópicos que você vai encontrar na 35ª Bienal de Arte de São Paulo, que abre ao público no dia 06 de setembro e vai até o dia 10 de dezembro, com entrada gratuita.


Com o título de 'Coreografias do impossível', as obras dos 121 artistas selecionados, dos quais 40 são brasileiros estão espalhadas do térreo ao terceiro andar. O evento é a maior exposição de arte contemporânea do hemisfério sul, e tem mais de 1.100 obras.


Chama atenção a intervenção feita no vão central do Pavilhão, projetado por Oscar Niemeyer. Pela primeira vez na história, o vão central do Pavilhão da Bienal será inteiramente fechado. Ao bloquear a visão e o acesso ao segundo pavimento, o projeto transforma a circulação convencional do edifício, fazendo dele o último dos pavimentos a ser visitado.

Curadores: os brasileiros Hélio Menezes, Diane Lima, a portuguesa Grada Kilomba e o espanhol Manuel Borja-Villel

Para representar as transformações de um mundo pós-pandêmico e fortalecer o discurso de quem não costuma ter vez no circuito da arte mundial, muitos dos artistas estão expondo obras que simbolizam o caráter radical a que os curadores (a portuguesa Grada Kilomba, o espanhol Manuel Borja-Villel e os brasileiros Diane Lima e Hélio Menezes) se referem.


80% dos artistas participantes da 35ª Bienal de São Paulo não são brancos e para, além desse número, os curadores buscaram artistas que abordassem o tema do impossível de maneiras variadas, pelo uso de material, pela exploração de questões políticas ou sociais ou por meio de abordagens inovadoras à criação artística, frequentemente ligadas às condições materiais de vida em contextos desafiadores. “Nosso objetivo recai sobre artistas que trazem perspectivas e experiências diversas para a exposição”, afirmou o espanhol Manuel Borja-Villel.


A Redação do Boas Dicas viu a Bienal e destaca que é uma das mais impactantes dos últimos anos, principalmente em matéria de contestação. Exemplo: as obras de Rosana Paulino, que por meio de desenhos, bordados, gravuras, colagens e esculturas, aborda questões sociais, étnicas e de gênero, com foco nas mulheres negras na sociedade brasileira e os diversos tipos de violência sofridas por essa população devido ao racismo e ao legado duradouro da escravidão.

A cultura indígena, que foi protagonista na 34 ª Bienal, também tem papel de grande destaque na atual. Mundos visíveis e invisíveis se encontram nas explosões de cores criadas pelo MAHKU (Movimento dos Artistas Huni Kuin). Suas obras interpretam cantos de cura, cantos tradicionais originários e as mirações obtidas por meio da ingestão cerimonial da ayahuasca. "Resulta desses procedimentos uma combinação de formas e cores, que reacende o problema do movimento em pintura, deslocando-o do terreno da ilustração para o da experiência interior (que Ibã chama de “arte espiritual”), e procura dar conta dos diferentes ritmos de narração dos mitos nos cantos" – escreve o curador Renato Menezes.

Formado pelos artistas Ibã Huni Kuin, Bane Huni Kuin, Mana Huni Kuin, Acelino Tuin e Kássia Borges, o MAHKU foi fundado em 2013. O coletivo de artistas está baseado entre o município de Jordão e a aldeia Chico Curumim, na Terra Indígena Kaxinawá do rio Jordão, no estado do Acre.

A escolha de quem ocuparia o espaço da alimentação também foi pensada para harmonizar com o tema da mostra. Com isso, a Cozinha Ocupação 9 de Julho — MSTC apresentará seu trabalho gastronômico e social. Além de operar como restaurante, o grupo também desempenhará uma intervenção artística no Pavilhão da Bienal. “Além de lidar com a urgente questão da moradia em uma metrópole como São Paulo, eles são agentes diretos de mudança e estão alinhados com uma das maiores preocupações atuais, que é a produção e a distribuição de alimentos que diferem das normas do agronegócio, focando a saúde e o apoio aos pequenos produtores locais”, dizem os curadores.

35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível Curadoria: Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel Até 10 dezembro 2023 Terça, quarta, sexta e domingo, das 10h às 19h (última entrada: 18h30) Quinta e sábado, das 10h às 21h (última entrada: 20h30) Pavilhão Ciccillo Matarazzo Parque Ibirapuera · Portão 3 Entrada gratuita


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