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  • Foto do escritorRedação

Mostra “E o silêncio nagô calou em mim” rompe visão equivocada sobre o ambiente mítico-ritual do candomblé

A exposição tem o intuito de contribuir para transformação de pensamentos carregados de preconceito e intolerância religiosa, reforçando a presença da mitologia ancestral na cultura afro-brasileira.

Na exposição “E o silêncio nagô calou em mim”, exibida na Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp, o público tem a chance de enfrentar seus pré-conceitos sobre os ritos e mitos que envolvem as religiões de matriz africana no Brasil. Também pode aperceber-se de suas identidades nas imagens produzidas pela educadora, pesquisadora e artista visual, Denise Camargo.


As séries, realizadas desde os anos 1990, são em maioria produzidas na Casa das Águas, terreiro localizado em Amador Bueno – SP. Há também imagens feitas em um templo de vodu, em Nova Orleans, Estados Unidos, entre outras que compõem a mostra.  Terreiros são territórios de resistência cultural e simbólica que atravessam a história do Brasil – e contribuem para a preservação das tradições afro-brasileiras.


A pesquisa poética, iniciada para o doutorado de Denise no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com orientação da cantora e bailarina Inaicyra Falcão dos Santos, foi mostrada pela primeira vez em 2010. O projeto se consolidou em 2013 e já fez itinerância por Salvador, Brasília e Santa Catarina. Inédita em São Paulo, a exposição procura mais uma vez dissolver pensamentos carregados de preconceito e intolerância, trazendo os visitantes para um mergulho no ambiente mítico-ritual.


A curadoria da exposição é de Diógenes Moura, escritor, editor, roteirista e curador de fotografia na Pinacoteca do Estado de São Paulo, entre 1998 e maio de 2013, e, mais recentemente, de mostras como “Terra em Transe”, em exibição no Centro Cultural do Cariri (CE).


A exposição reforça o debate contemporâneo sobre a diversidade étnica e cultural do Brasil como um patrimônio imaterial. “Além disso, promove uma ruptura das visões equivocadas e estereotipadas dos terreiros, difundidas, entre outros fatores, em razão do proposital temor criado em torno desses espaços”, complementa Denise. “A exposição trata desse silêncio profundo diante do desconhecido, diante desse mundo proibido que poderá ser entregue à compreensão dos outros”, observa o curador.


Denise é uma das representantes na quebra de hegemonia da arte branco-brasileira, algo que se concretizou com o avanço das políticas afirmativas dos governos progressistas e pavimentou a presença de artistas e curadores negros em exposições de artes na última década. “Queria fazer um trabalho que levasse em consideração a produção de imagens nesses espaços sagrados, verdadeiros polos de resistência cultural, e se refletisse nos brasis que moram em mim”.


Exposição: E o silêncio nagô calou em mim

Galeria de Fotos do Centro Cultural Fiesp

Avenida Paulista, 1313, em frente ao metrô Trianon-Masp

Até 14 de abril de 2024, das 10h às 20h

Entrada gratuita

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