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  • Foto do escritorRedação

MASP apresenta Mostra Crítica sobre a produção do pintor francês Paul Galguin

A exposição e seu catálogo problematizam, por meio de 40 pinturas e gravuras provenientes de grandes instituições internacionais, além de ensaios inédito

Até o dia 6 de agosto de 2023 o MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand) apresenta a mostra Paul Gauguin: o outro e eu, que ocupa o espaço expositivo no 1º andar do museu.


A exposição reúne 40 obras, entre pinturas e gravuras, e discute de maneira crítica a relação do artista pós-impressionista com a ideia de alteridade e da exotização do "outro". O projeto, que inclui ainda o lançamento de um catálogo com ensaios inéditos e 151 imagens, enfrenta questões que por muito tempo foram deixadas de lado nas exposições sobre Paul Gauguin (Paris, França, 1848 - Ilhas Marquesas, Polinésia Francesa, 1903), especialmente o modo problemático como sua obra reforçou um imaginário sobre o “outro”, além das tensões entre sua biografia e a imagem que criou de si. A mostra tem patrocínio master do Bradesco e patrocínio da Vivo e Mattos Filho.

Paul Gauguin (Paris, França, 1848-Ilhas Marquesas ,1903) Autoportrait. Près du Golgotha [Autorretrato (perto do Gólgota)] [Self Portrait (Near Golgota)], 1896

Gauguin realizou no Taiti suas pinturas mais conhecidas, representando tanto as paisagens do lugar, como seu povo e seus costumes. “Sua produção desse período suscita temas como as contestadas noções de primitivismo, um imaginário sobre o 'exótico' e os 'trópicos', e apropriação cultural; além de questões relacionadas à sexualidade, androginia e erotização do corpo feminino.


Paul Gauguin: o outro e eu é a primeira exposição no Brasil a abordar de maneira crítica os conteúdos centrais da obra do artista, com foco em dois temas emblemáticos: os autorretratos e os trabalhos produzidos durante sua permanência no Taiti (Polinésia Francesa), que se tornaram alguns dos mais conhecidos de sua trajetória.


Dentre os 40 trabalhos da exposição, dois deles pertencem ao acervo do MASP: Autorretrato (perto do Gólgota) e Pobre pescador, ambos de 1896. Os demais são empréstimos de 19 instituições internacionais de renome, como Museu d'Orsay (Paris, França), Metropolitan Museum of Art (Nova York, EUA), Getty Museum (Los Angeles, EUA), Museum of Fine Arts (Budapeste, Hungria), National Gallery e Tate (ambas em Londres, Reino Unido).


Em Autorretrato (perto do Gólgota), adquirido pelo MASP em 1951, o artista sintetiza e faz transcender o próprio tema do “outro e eu”, ao retratar-se com características semelhantes à figura de Jesus, com cabelos longos e túnica, e localizado próximo ao calvário, como enunciado no título da obra. Soma-se a esses elementos o seu “perfil inca”, sempre demarcado em seus autorretratos, acentuando os traços retos de seu nariz – identidade reivindicada por ele, que não se identificava como um típico artista parisiense.


O impacto causado por sua obra pictórica, que inaugurou um novo pensamento sobre pintura e apropriação de imagens, também repercute em suas escolhas de vida, que ainda hoje são motivo de debate, sendo determinantes para a visão criada sobre sua figura. A “genialidade incompreendida”, que o artista alegava, o não pertencimento a uma “civilidade” europeia, a entrega de sua pintura à visualidade de universos longínquos e pouco desbravados eram frequentemente performados pelo próprio artista.


Nascido em Paris, Gauguin dedicou-se, sobretudo, à pintura, sendo considerado uma figura emblemática na história da arte por destacar-se das convenções pictóricas do século 19. Viveu parte de sua infância no Peru e foi somente aos 35 anos que passou a se dedicar exclusivamente ao trabalho artístico. Passou algumas temporadas em regiões da França, como Bretanha e Arles, onde conviveu com o artista holandês Vincent van Gogh durante os intensos meses em que dividiram um ateliê.


Frustrado com a cena artística da metrópole parisiense e passando por dificuldades financeiras, o artista nutria o desejo de partir em busca de outra experiência de mundo, na qual pudesse aliar sua pintura a um imaginário para além dos padrões da cultura europeia. Foi assim que Gauguin viajou ao Taiti, na Polinésia Francesa, em 1891 e, após um intervalo de dois anos em Paris, retornou ao Pacífico para lá permanecer até a sua morte, em 1903, nas Ilhas Marquesas.


Paul Gauguin: o outro e eu

Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP; Fernando Oliva, curador, MASP;

Laura Cosendey, curadora assistente, MASP

Até 06.08.2023

MASP - 1o andar

Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista

Terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h);

Quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas

Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos

Ingressos: R$ 60 (entrada); R$ 30 (meia-entrada)


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