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  • Foto do escritorRedação

Farol Santander São Paulo celebra 115 anos da imigração japonesa no Brasil

Atualizado: 1 de set. de 2023

O Farol Santander São Paulo abre a exposição inédita Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas, uma homenagem aos 115 anos da imigração japonesa no Brasil e em São Paulo, onde está concentrada a maior população de origem japonesa fora do Japão. A mostra expressa o sentimento de gratidão ao abordar as mútuas e múltiplas influências entre essas duas culturas por meio das artes visuais. Em exibição até 20 de novembro, a exposição ocupa toda a galeria do 20º andar, com mais de 70 obras.

Imagem: Divulgação

Com curadoria de Ana Cristina Carvalho (in memorian) e Carlos Augusto Mattei Faggin, a mostra apresenta obras de artistas japoneses reconhecidos no Brasil e figuras essenciais para a história da arte nipo-brasileira. É o caso, por exemplo, de alguns ceramistas japoneses que imigraram nas décadas de 1940-60 e se estabeleceram no interior e nos arredores de São Paulo. Na ilustração das cerâmicas, artistas como Ioitiro Akaba contam em detalhes a história da viagem de vinda e a chegada ao país. Contextualizando ainda mais essa rica história, a exposição exibe autênticos quimonos feitos especialmente para a longa jornada dos primeiros imigrantes japoneses ao Brasil. A coleção desses itens pertence ao Museu Histórico de Imigração Japonesa.

"O amor do Brasil pelo Japão está expresso não apenas no fato de ser o país com a maior comunidade japonesa fora da terra do sol nascente, mas também pela influência nos hábitos culinários, nas artes, no esporte e nas manifestações culturais. Aqui vale um destaque para o bairro da Liberdade, nome que simboliza uma nova condição para os imigrantes em um país cuja idade permitiu certo desapego à formalidade tão presente na sua cultura milenar."; comenta Maitê Leite, vice-presidente executiva Institucional do Santander Brasil.

Imagem: Divulgação

Pinturas, esculturas, gravuras e objetos produzidos por japoneses imigrantes e seus descendentes mostram a participação de seu estilo singular na produção cultural brasileira e também a formação de grupos como o Seibi, de 1935, que teve como integrantes os artistas Manabu Mabe, Takaoka e Fukushima, entre outros.

“Dentre as cerca de 70 obras expostas, o maior conjunto pertence à Coleção Santander Brasil, que se destaca pelo seu acervo de arte japonesa. Cabe também registrar aqui os agradecimentos à Pinacoteca do Estado de São Paulo, ao Museu de Arte Osório César, aos ceramistas Mieko Ukeseki, Shoko Suzuki, Kimi Nii e, especialmente, ao Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Com esse sentimento de gratidão, esperamos que todos os visitantes à mostra Arigatôbrigado do Farol Santander, possam se inspirar, participando do diálogo entre essas duas culturas.”; comenta Carlos Augusto Mattei Faggin, curador da mostra.

Destaques das obras e curiosidades Quimono Irouchikake, usado por noivas em cerimônias de casamento tradicionais no Japão. Vestir-se para o casamento em si já é um ritual que demora cerca de três horas. Para a cerimônia, a noiva usa um quimono branco e, sobre ele, outro pesado quimono branco conhecido como um shiromuku (branco e puro). Antes da recepção, a noiva troca o manto branco pelo Irouchikake, geralmente em tons avermelhados em tecido brocado e com aplicações douradas. Esta peça é ornamentada com os grous, pássaro símbolo de longevidade, voando em meio a nuvens douradas.

As obras "Fazenda" de 1974, criada por Hisamatsu Mitake, e "Palácio das Indústrias" de 1951, elaborada por Yuji Tamaki, juntamente com as criações dos artistas Tomoo Handa e Ioitiro Akaba, compõem um conjunto de peças que refletem o período de formação de artistas japoneses na cidade de São Paulo. Estas pinturas retratam as paisagens locais e o dia a dia da comunidade nipo-brasileira tanto nas plantações quanto nas grandes metrópoles.

As criações "Caminho de Esperança" de 1969 por Tomie Ohtake, "Paisagem" de 1977 por Manabu Mabe e as obras do artista Tikashi Fukushima evidenciam o estilo abstrato que consagrou esses artistas. A leveza e a intensidade das cores presentes nessas pinturas refletem a troca de experiências entre os japoneses e o impacto do contexto de um Brasil exuberante que permite o desenvolvimento de novas formas de ver a arte, se inserindo em um debate estético aberto a novas experimentações, motivado pelas primeiras edições das Bienais de São Paulo, as quais tornaram os círculos de produção de arte mais ativos.

Por fim, a peça de “Coluna bambu” de 2007 por Kimi Nii e a obra do artista Akinori Nakatani exemplificam o desenvolvimento da arte japonesa no campo da cerâmica artística. Os japoneses trouxeram para o Brasil a produção de peças cozidas em fornos de alta temperatura, revelando não só a tradição milenar da técnica japonesa, mas principalmente a intuição e a fina percepção desses artistas por meio de um olhar reflexivo à natureza que nos cerca.

A História da Imigração Japonesa A história da imigração japonesa no estado sinaliza, desde os primeiros anos de 1900, o impacto dessa comunidade em nossa sociedade de maneira geral. Ao longo dos anos, com a vinda de mais imigrantes e a miscigenação, chegaram novos hábitos para o nosso país, e os japoneses também assimilaram o nosso cotidiano. Os sinais dessa troca de hábitos culturais podem ser percebidos em inúmeras manifestações e expressões culturais, que revelam histórias de luta para adaptar-se a um país tão diferente e tão distante de casa. Muito rica, portanto, é a fusão das culturas – japonesa e brasileira –, principalmente ao desvendar segredos guardados por um Japão isolado do mundo até 1850.

Todo esse encontro originou diversas datas, eventos, curiosidades e costumes que, assim como essa mostra, tem por objetivo celebrar e exaltar a cultura nipônica. Entre eles, estão:

Toyo Matsuri (Festival Oriental) Em todo início de dezembro, o bairro da Liberdade é palco do festival Toyo Matsuri, com apresentações da dança típica japonesa bon-odori, grupos de tambores taiko, artes marciais, entre outras atrações. O festival teve início na cidade de São Paulo após Osaka ter se tornado sua cidade-irmã em 1969.

Chado - Cerimônia do Chá Em 1954 por ocasião do IV centenário da cidade de São Paulo, os imigrantes construíram o pavilhão japonês no Parque do Ibirapuera. Na sua inauguração foi apresentada a Cerimônia do Chá pelo Grão Mestre Herdeiro da Urasenke que veio ao Brasil para divulgar a cultura do Chado. Começou, assim, a difusão da cerimônia do chá no Brasil.

Artes Marciais Muitas das artes marciais praticadas no Brasil têm origem no Japão e foram trazidas ao Brasil por imigrantes: jiu-jitsu, aikido, iaidô, judô, naginata, kyudo, sumô e kendô são alguns exemplos. O judô teve tal assimilação pelos brasileiros que é o esporte com maior número de medalhas de brasileiros em edições dos Jogos Olímpicos. Estima-se que hoje haja mais de um milhão de praticantes no Brasil.

Companhia Fujima de dança kabuki A dança clássica kabuki é uma manifestação artística cultural que deu origem ao teatro kabuki. No Brasil a escola foi fundada pela imigrante dançarina e coreógrafa Yoshinojo Fujima em 1961, no bairro da Liberdade.

Festival Tanabata (Festival das estrelas) Festival que celebra uma antiga lenda, no bairro da Liberdade, num dia de julho. É o dia do ano em que à princesa tecelã e ao jovem criador de gado separados pela Via Láctea, é permitido se encontrarem. As ruas do bairro são decoradas com grandes ramos de bambu, nos quais as pessoas penduram desejos escritos em tiras de papéis coloridos (tanzaku).

Arigatôbrigado Arte Japonesa no Brasil / Culturas Conectadas De 18/08 a 20/11/2023

Farol Santander

Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)

Terça-feira a domingo, das 9h às 20h Ingressos: R$ 35,00 (R$ 17,50, meia-entrada) Cliente Santander: 10% de desconto comprando com o cartão Santander (em até 8 ingressos). Cliente Santander Select: 10% de desconto comprando com o cartão Santander Select (em até 8 ingressos), e prioridade na fila de entrada para o Farol. Compra online: https://www.farolsantander.com.br/#/sp (vendas também na bilheteria local)


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