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  • Foto do escritorLia Garcia

Farol Santander SP recebe exposição inédita "Arte da Alma - história da tatuagem no Brasil"

Atualizado: 1 de set. de 2023

Objetos raros e históricos como máquinas de tatuagem e desenhos originais do primeiro tatuador no Brasil poderão ser observados


O Farol Santander São Paulo inaugurou no dia 11 de agosto a exposição inédita Arte da Alma - história da tatuagem no Brasil, uma homenagem ao artista tatuador brasileiro, destacando a impressionante variedade de estilos de tatuagem que evoluíram ao longo do tempo.


Com curadoria de Antonio Curti (AYA STUDIO), a mostra apresenta mais de 120 obras, entre objetos, pinturas e esculturas realizadas por 90 tatuadores essenciais à história. Mais da metade dos trabalhos foram produzidos exclusivamente para a ocasião. A exposição ocupa toda a galeria do 19º andar, ficando em exibição até 12 de novembro.

Para Curti, parceiro de longa data do Farol Santander, trazer a tatuagem para dentro de um museu é um grande reconhecimento da tatuagem como arte, além de poder mostrar quem são esses artistas que por muito tempo foram marginalizados. "Se nos dias de hoje é possível exibir a arte corporal de forma livre, deve-se reconhecer que esta é uma vitória daqueles que lutaram por décadas para que a tatuagem fosse devidamente reconhecida", complementa.


O curador ainda fala sobre o entendimento e consumo da tatuagem fora do Brasil. "Sempre que você viaja, você absorve referências e belezas, vindas de diversos movimentos artísticos. E a tatuagem é mais um desses movimentos, que deve ser celebrado".


A iniciativa foi desenvolvida em colaboração com o Museu da Tatuagem, em São Paulo, do artista Polaco Tattoo, que possui diversos itens e artefatos significativos para a história da tatuagem em território nacional. Entre diversas obras exibidas, a mostra apresenta duas raras pinturas históricas e originais do primeiro tatuador do Brasil, 'Lucky', um marinheiro dinamarquês que chegou ao país há mais de 60 anos, trazendo consigo o primeiro maquinário elétrico para tatuar. Seu estilo era, predominantemente, o Old School.


A direção artística fica por conta de Fernando Teté Franceschi, cuja paixão por tatuagens surgiu ainda criança. "Meu primo tinha uma águia nas costas quando eu era pequeno. Cresci observando aquela arte que não saia do corpo dele nunca! Então, quando estava com 17 para 18 anos, fiz a minha primeira tatuagem. Hoje, digo que tenho uma tatuagem única: o corpo inteiro!"


Para Teté, que tatua desde 1997, a exposição tem um papel muito importante em trazer a tatuagem para um espaço "mais erudito" porém onde todos possam ver, sem sentir-se acuado ou marginalizado. "É a oportunidade de as pessoas entenderem que podem tatuar-se sem medo de represália. No passado, já deixei de conseguir emprego porque era tatuado. Hoje, ainda bem, essa mentalidade está mudando a ponto de termos essa arte tão diversa em um museu", complementa.


Diversos modelos de máquinas contemporâneas e clássicas também ganham espaço, junto aos teboris (canetas com lâminas e agulhas). Merecem destaque os curiosos equipamentos para tatuar que eram utilizados no complexo penitenciário do Carandiru.

Ainda sobre objetos e esculturas, a mostra apresenta um modelo de crânio tibetano, referência muito utilizada e explorada por tatuadores em todo o mundo. Alguns moldes de partes do corpo humano, como braços, pernas e troncos, estilizados com diversos tipos de tattoos também serão exibidos.


A exposição está organizada de uma maneira que permite os visitantes conhecerem e contemplarem os diferentes estilos de tatuagens, sendo:


- Oriental (foto 1)

Tatuagem japonesa, conhecida como irezumi, que possui uma rica história profundamente enraizada na cultura e na arte do Japão. As tatuagens tradicionais japonesas geralmente apresentam desenhos intrincados e simbólicos, retratando criaturas mitológicas como dragões, fênix e carpas, bem como motivos florais, guerreiros e divindades.


- Old School (foto 2)

As tatuagens old school, também conhecidas como tatuagens tradicionais ou tradicionais americanas trazem linhas ousadas, paletas de cores limitadas e imagens icônicas, este estilo popularizou desenhos de âncoras, garotas pin-up, andorinhas, rosas, caveiras e corações. Tatuadores como Sailor Jerry, Don Ed Hardy e Bert Grimm desempenharam papéis importantes na popularização e refinamento desse estilo.


- Blackwork (foto 3)

Em algumas culturas, as tatuagens blackwork eram símbolos de identidade, status social ou crenças religiosas. Eles eram frequentemente usados ​​para denotar ritos de passagem, afiliações tribais ou marcas de proteção. O conceito por trás do blackwork está no poder da simplicidade e na ênfase no contraste entre a tinta preta e o tom natural da pele.


- Tribal / Geométrico (foto 4)

Esses estilos de tatuagem são praticados por tribos indígenas há séculos, servindo como uma forma de honrar sua herança, crenças espirituais e status social. As tatuagens tribais geralmente apresentam desenhos pretos e arrojados com padrões e símbolos intrincados que carregam profundos significados culturais.


- Diversas (foto 5)

Com o passar das décadas, a tatuagem entrou em mutação de estilos e vertentes, sendo desdobrada em novas poéticas e formatos por artistas talentosos e criativos. A arte milenar da tatuagem segue em constante avanço e novos horizontes proporcionam uma gama infinita de possibilidades. Dentre estes novos estilos concebidos nas últimas décadas é possível ressaltar a aquarela, letreiros, realismo, abstrato, dentre outros.


Entre as obras de destaque, estão: A rosa e a fera, de Teté, no estilo Old School; Danshichi Kurobey, de Christhian Arae, no estilo Oriental; Dragon, de William Yoneyama, no estilo Oriental; Geometria interna, de Caco Menegaz, no estilo Tribal; Home, de Victor Montaghini, no estilo Aquarela; Buda, de Amanda Philligret, no estilo Neo Tradicional; Selvagem, de Bruna Yonashiro, no estilo Oriental; Sem título, de Hiro, no estilo Blackwork; entre diversos outros trabalhos em telas, pinturas e esculturas, de influentes tatuadores brasileiros em variadas décadas.


Nos ambientes mais interativos da galeria, o visitante poderá conferir, por meio de projeção, como ficaria seu corpo transformado em uma tela viva de arte. Ao se posicionar, o público verá a cada 30 segundos, projeções virtuais com os estilos de tatuagens abordados na mostra. Trechos de entrevistas em vídeo com diversos tatuadores, organizados pelo estúdio Corum Tattoo, serão exibidos em looping durante a visita e, outras duas telas projetam como será o futuro da tatuagem, demonstrando novas técnicas que estão surgindo.

Que quiser esticar o passeio, pode visitar o Bar do Cofre e aproveitar para degustar o saboroso drink Sailor Jerry (Cinar, Bacardi 4 anos, calda de mel e gengibre, limão e orange bitter) preparado especialmente para o perído da exposição pela mixologista Estella Moraes.


Arte da Alma - história da tatuagem no Brasil

Curadoria: Antonio Curti

Direção artística: Fernando Teté Franceschi

De 11 de agosto a 12 de novembro de 2023

Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)

De terça-feira a domingo, das 09h às 20h

Ingressos: R$ 35,00 (R$ 17,50, meia-entrada)

Cliente Santander: 10% de desconto comprando com o cartão Santander (em até 8 ingressos).

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