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  • Foto do escritorRedação

Escritora Patrícia Galvão, a Pagu, é a homenageada da Flip 2023

Atualizado: 27 de jul. de 2023

Festa Literária de Paraty será entre os dias 22 e 26 de novembro

A escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista e jornalista brasileira Patrícia Rehder Galvão, conhecida como Pagu, é a homenageada deste ano da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que será realizada entre os dias 22 e 26 de novembro próximo.


Nascida em 9 de junho de 1910, em Santos (SP), e falecida em 12 de dezembro de 1962, em São Paulo, Pagu teve destaque significativo no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna porque, na época, tinha apenas doze anos de idade.


As curadoras da Flip 2023, Fernanda Bastos e Milena Britto, destacaram que, por meio de seus inúmeros pseudônimos, várias mulheres se manifestaram em Pagu. “Muitas são as paisagens de dentro e de fora que ela nos mostra com suas múltiplas linguagens, todas trazendo em comum uma contestação incansável diante do mundo rígido. Com seus modos de dizer e desenhar mundos, Pagu desenvolve uma paisagem em que são retratadas diversas mulheres brasileiras: operárias, mães, boêmias, artistas, as que aspiram à liberdade. É transformador olhar o presente por meio das lentes de Pagu”, atestam as curadoras.


“Atuou nos movimentos modernista e feminista, além de ter se dedicado ao ativismo contra o fascismo. Pagu teve destacada atuação na imprensa, tendo participado de publicações como Brás Jornal, Revista da Antropofagia, O homem do povo/A mulher do povo, A plateia, A vanguarda socialista, France-Presse, Suplemento Literário do Jornal Diário de São Paulo, Fanfulla e A tribuna”.


O apelido Pagu foi dado pelo poeta Raul Bopp, pensando que ela se chamava Patrícia Goulart. Foi uma mulher avançada para os padrões da época, com comportamento considerado extravagante. Ela defendia causas feministas, fumava e bebia em público, usava cabelos curtos e roupas colantes e transparentes, costumava falar palavões e manteve diversos relacionamentos amorosos, o que contrastava com sua origem familiar, conservadora e tradicional.


Conforme avaliam Fernanda Bastos e Milena Britto, a pluralidade de gêneros incorporados no repertório artístico de Pagu faz dela uma aparição destacada na cena literária brasileira, “ainda que tenha falecido em 12 de dezembro de 1962 sem o reconhecimento e a legitimação que muitos de seus contemporâneos usufruíram. Foi prolífica à sua maneira, dedicando-se a muitos projetos que sempre cruzavam linhas e normas estabelecidas, surpreendendo no desenho, cartum, tradução, poesia, prosa, crítica literária, panfleto político, caderno de croquis, correspondência, crônica, diário e performance”.


A lista de escritores homenageados pela Flip inclui também, em 2022, Maria Firmina dos Reis; 2021, Indígenas vítimas da covid-19; 2020, Elizabeth Bishop; 2019, Euclides da Cunha; 2018, Hilda Hilst; 2017, Lima Barreto; 2016, Ana Cristina Cesar; 2015, Mário de Andrade; 2014, Millôr Fernandes; 2013, Graciliano Ramos; 2012, Carlos Drummond de Andrade; 2011, Oswald de Andrade; 2010, Gilberto Freyre; 2009, Manuel Bandeira; 2008, Machado de Assis; 2007, Nelson Rodrigues; 2006, Jorge Amado; 2005, Clarice Lispector; 2004, Guimarães Rosa; e 2003, Vinicius de Moraes.




Via Agência Brasil

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