top of page
  • Foto do escritorRedação

CCSP apresenta exposição sobre objetificação da mulher brasileira

Atualizado: 26 de jul. de 2023

Exposição apresentada em NY, em 2022, ganha nova versão e será apresentada no Centro Cultural São Paulo até 27 de agosto


"Ah, eu amo as mulheres brasileiras!”, exposição coletiva no Centro Cultural São Paulo (CCSP), apresenta um conjunto de 36 obras como uma revisão crítica da imagem estereotipada das mulheres brasileiras. Ao mesmo tempo, sugere caminhos para mudanças de paradigmas, por meio do afeto e da sororidade. A mostra pode ser conferida até 27 de agosto.


A exposição é uma versão de “Oh, I Love Brazilian Women!”, com maior número de trabalhos e participantes. A mostra foi apresentada em Nova York no ano passado e para o Brasil teve o título traduzido.


Nos Estados Unidos, a ideia foi chamar a atenção do público para a visão dos estrangeiros em relação às brasileiras. Um olhar muitas vezes preconceituoso, que objetifica seus corpos, mas nem é tão diferente do que acontece no Brasil. Aqui, esses danos ganham outra dimensão. “O foco da exposição agora é a origem do problema e as consequências dele para a mulher brasileira”, explica Luiza Testa, curadora das duas mostras.


Nesse sentido, mais questões surgiram, como o racismo, a antinegritude, a transfobia, a violência sexual doméstica, a questão da feminilidade e o etarismo. Segundo Luiza, as diversas abordagens foram incorporadas quase que naturalmente, já que o grupo de artistas participantes é muito diversificado. “São 19 artistas mulheres de regiões diferentes do Brasil, de várias idades e com vivências únicas”. Dentre elas a poeta, letrista e autora, Alice Ruiz.

Obra "Procuro-me", de Lenora de Barros

“Ah, eu amo as mulheres brasileiras!” está dividida em quatro núcleos. O primeiro, De Iracema a Garota de Ipanema, aborda como o estereótipo perdura ao longo do tempo, desde o Brasil Colônia. Nessa seção, a obra de destaque é Meruka, de Arissana Pataxó, artista que também participou da versão novaiorquina da exposição.


O segundo módulo, Violências e Violações, propõe uma reflexão sobre as agressões sofridas por mulheres e outros grupos. Engloba misoginia, etarismo, transfobia, embranquecimento. There’s no place like home, obra da artista D’Anunziata, se destaca nesse módulo. É uma alusão ao isolamento no período crítico da pandemia, que, apesar de necessário, deixou as mulheres mais vulneráveis à violência doméstica.

Obra "Meruka", de Arissana Pataxo

Novas estéticas em construção, terceiro módulo, propõe romper os paradigmas de padrão de beleza, acolhendo a diversidade de corpos das mulheres. São imagens bem distantes do conceito tradicional de beleza. O Grito, de Milena Paulina, exemplifica essa opção ao mostrar mulheres nuas e gordas, gritando.


O último módulo da exposição, Afeto e Transgressão, apresenta o potencial dos afetos para acabar com estereótipos, preconceitos e combater violências. A obra Mira, da dupla Terroristas Del Amor, traduz esse propósito com a imagem de uma mulher trançando os cabelos de uma menina.


“Os núcleos um e dois são mais críticos, com a finalidade de problematizar. Os seguintes são mais otimistas, propositivos”, define Luiza que acrescentou mais uma novidade à mostra no Brasil.


Ação

No último módulo, além das obras, é possível conferir vídeos de cinco mulheres idealizadoras de projetos que têm o intuito de ajudar outras mulheres, em diferentes campos. Nos depoimentos, elas falam de suas iniciativas e de suas motivações. Marina Bertoluzzi é a fundadora do grupo Women on Walls, plataforma destinada a dar maior visibilidade ao trabalho de mulheres nas artes visuais. Representando esse segmento, a exposição insere Banca Vermelha (Livraria de Acolhimento), Brasileiras Não Se Calam (voltado ao acolhimento, sobretudo por meio de debates online, de mulheres imigrantes), Mina Theatre (um programa de teatro para mulheres brasileiras em Londres que utiliza o Teatro do Oprimido como metodologia para explorar a origem, causa e consequências da violência de gênero e entender como o processo imigratório torna as mulheres mais vulneráveis ao abuso no trabalho, em casa e/ou ao acessar serviços no Reino Unido). Me Parió Revolução, selo editorial da Rede Poder e Revolução – livros disponíveis para download.


Exposição: “Ah, eu amo as mulheres brasileiras!”

Até a 27 de agosto de 2023

De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, domingo e feriados, das 10h às 18h

Centro Cultural São Paulo

Rua Vergueiro, 1000, Liberdade - SP

Comments


bottom of page